quinta-feira, 16 de maio de 2013

Vou falar o que?

Cerimonialista do RS cria empresa para organizar casamentos gays

Com aprovação de leis, Rossano Gastaldo enxergou oportunidade no nicho.
Casal de Porto Alegre realizou cerimônia religiosa e firmou relacionamento.


Rossano criou a That's Amore ao lado da sócia Cristina Voguel (Foto: Luiza Carneiro/ G1)Rossano criou a That's Amore ao lado da sócia Cristina Voguel (Foto: Luiza Carneiro/ G1)
Longe dos tabus, a união homossexual passou por uma repaginação em 2013. Tanto do ponto de vista jurídico quanto social, os casamentos LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros), apoiados em leis de reconhecimento, passam a se tornar um nicho no mercado de eventos também. De olho na nova área, um empreendedor de Porto Alegre lançou no início deste ano uma empresa voltada apenas aos cerimoniais gays.
“Percebi isso e vi que não podemos deixar uma fatia tão importante da população sem um atendimento sofisticado”, explica Rossano Gastaldo, 29 anos, criador da That’s Amore. No mercado há quatro anos, o produtor trabalha com Cristina Vogel, que realiza eventos desde 2006. A partir da nova legislação, a dupla passou a ser questionada para realizar festas entre pessoas do mesmo sexo também.
Nos serviços da nova empresa, Rossano cuida de todos os detalhes. Desde a supervisão da montagem da festa, o recebimento de materiais contratados, a coordenação dos fornecedores, a orientação aos pais e padrinhos e o cerimonial da festa propriamente dito. Roteiros são pensados para que tudo siga uma ordem.
Além disso, para os clientes mais exigentes, a That's Amore pretende também assessorar em todos os quesitos, da escolha do local da festa à papelaria. "O nome foi inspirado em uma música, 'That's Amore', cantada por Dean Martin. E o conceito é bem esse, disseminar o amor para todo mundo. Quero falar sobre o que une um casal e fazer isso", conta o empreendedor.
O mundo gay precisa começar a se posicionar e criar demanda"
Rossano Gastaldo, cerimonialista
Rossano é economista e cursa pós-graduação em marketing pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Durante as aulas, desenvolveu um trabalho que investigava as possibilidades de abrir o novo negócio. “Levantei dados e percebi que, por não existir uma estrutura familiar tradicional, sobra dinheiro para estas pessoas. E este dinheiro normalmente é investido em viagens e estudos, e pode ser usado para festas e comemorações também”, completa o empresário.
Segundo o Censo 2010, o Brasil soma 60 mil casais homossexuais, dentre 37,5 milhões de casais do mesmo sexo. A Pesquisa Out of Now Global, realizada por uma empresa holandesa que levanta tendências e estudos da comunidade LGBT, aponta que 36% está na classe A, 47% na classe B, e que a comunidade gasta em média 30% a mais do que heterossexuais em bens de consumo. Ainda no nicho, de acordo com a Associação Brasileira de Turismo para Gays, Lésbicas e Simpatizantes (Abrat-GLS), o perfil movimenta R$ 150 bilhões por ano. “É uma oportunidade de mercado muito grande. E se o mundo gay não começar a se posicionar, o mercado não vai expandir. Temos que criar esta demanda”, aponta Rossano.
Rossano vai abrir escritório focado no público gay (Foto: Luiza Carneiro/ G1)Rossano vai abrir escritório focado no público gay
(Foto: Luiza Carneiro/ G1)
Além da oportunidade, Cristina acredita que a conquista do direito do casamento entre homossexuais é um avanço. “No casamento hétero a gente orienta a cerimônia religiosa e a civil. Já no homossexual, o que existia era apenas a união homoafetiva, então normalmente se chama um celebrante”, explica a empresária. Fato que irá mudar. Na última terça-feira (14), o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou uma resolução que obriga os cartórios de todo o país a celebrar o casamento civil e converter a união estável homoafetiva em casamento. “O celebrante normalmente trazia elementos para a cerimônia, falava bem e apresentava algumas simbologias”, complementa a gaúcha.
Para a produção do evento, algumas diferenças do casamento considerado "tradicional" são meticulosamente pensadas. A começar pelo espaço dos encontros entre produtores e clientes. No escritório onde Rossano e Cristina trabalham, as paredes são forradas por quadros com fotos de casamentos heterossexuais.
“Estou montando meu próprio espaço para tratar com exclusividade e discrição todos os detalhes”, revela Rossano, que valoriza a identidade dos clientes.
Anderson e Tiago casaram no religioso em Porto Alegre (Foto: Arquivo Pessoal)Anderson e Tiago casaram no religioso em Porto
Alegre (Foto: Arquivo Pessoal)
Casal gay casa no civil e religioso
Quem aproveitou a oportunidade de firmar no papel o relacionamento de anos foi o produtor cultural Anderson Lee Lopes, de 39 anos, e o professor de geografia Tiago Bassani Rech, de 29 anos. No último dia 20, o casal se uniu em cerimônia religiosa de uma casa de umbanda no jardim do Museu Julio de Castilhos, casa histórica localizada no centro de Porto Alegre. Cerca de 150 convidados celebraram a união e participaram de uma janta em um restaurante da cidade.
“Estamos juntos há oito anos e fizemos a festa bem com a nossa cara. No convite, por exemplo, não sabíamos quem iria convidar, como nos convites héteros. Então escrevemos: ‘Anderson e Tiago convidam, ou Tiago e Anderson convidam, como preferir’”, contou com bom humor Anderson. "Na cerimônia religiosa, entramos em fila juntos, seguidos pela minha mãe e avó, e o pai de santo, que é meu pai de sangue também”.
O casamento civil foi realizado um dia antes no cartório. “Uma amiga nossa cantou o hino da umbanda em capela, decoramos com muitas flores e os convidados deveriam estar vestidos de branco. Somos muito brincalhões, então deixamos o ambiente muito descontraído”, emociona-se.
Agora, Anderson aguarda a transferência de Tiago para Porto Alegre. O professor dá aula em uma instituição de Pelotas e pretende morar junto com o marido até julho. “O dia em que casei foi o mais feliz da minha vida”, finaliza Anderson.

domingo, 27 de maio de 2012

CUIDE DO MAIS IMPORTANTE


Era uma vez o jovem que recebeu do rei a tarefa de levar uma mensagem e alguns diamantes a um outro rei de uma terra distante.
Recebeu também o melhor cavalo do reino para levá-lo na jornada.
- Cuida do mais importante e cumprirás a missão! – disse o soberano ao se despedir.
Assim, o jovem preparou o seu alforje, escondeu a mensagem na bainha da calça e colocou as pedras numa bolsa de couro amarrada a cintura, sob as vestes.
Pela manhã, bem cedo, sumiu no horizonte.
E não pensava sequer em falhar. Queria que todo o reino soubesse que era um nobre e valente rapaz, pronto para desposar a princesa.
Aliás, esse era o seu sonho e parecia que a princesa correspondia às suas esperanças.
Para cumprir rapidamente sua tarefa, por vezes deixava a estrada e pegava atalhos que sacrificavam sua montaria. Assim, exigia o máximo do animal.
Quando parava em uma estalagem, deixava o cavalo ao relento, não lhe aliviava da sela e nem da carga, tampouco se preocupava em dar-lhe de beber ou providenciar alguma ração. – Assim, meu jovem, acabas perdendo o animal – disse alguém.
- Não me importo – respondeu ele – Tenho dinheiro. Se este morrer, compro outro. Nenhuma falta fará!
Com o passar dos dias e sob tamanho esforço, o pobre animal não suportando mais os maus-tratos, caiu morto na estrada.
O jovem simplesmente o amaldiçoou e seguiu o caminho a pé..
Acontece que nessa parte do país havia poucas fazendas e eram muito distantes umas das outras.
Passadas algumas horas, ele se deu conta da falta que lhe fazia o animal.
Estava exausto e sedento. Já havia deixado pelo caminho toda a tralha, com exceção das pedras, pois lembrava da recomendação do rei: “Cuida do mais importante!”
Seu passo se tornou curto e lento. As paradas freqüentes e longas. Como sabia que poderia cair a qualquer momento e temendo ser assaltado, escondeu as pedras no salto de sua bota. Mais tarde caiu exausto no pó da estrada, onde ficou desacordado. Para sua sorte, uma caravana de mercadores que seguia viagem para o seu reino, o encontrou e cuidou dele. Ao recobrar os sentidos, encontrou-se de volta em sua cidade.
Imediatamente foi ter com o rei para contar o que havia acontecido e com a maior desfaçatez, colocou toda a culpa do insucesso nas costas do cavalo “fraco e doente” que recebera.
- Porém, majestade, conforme me recomendaste, “cuida do mais importante”, aqui estão as pedras que me confiaste. Devolvo-as a ti. Não perdi uma sequer.
O rei as recebeu de suas mãos com tristeza e o despediu, mostrando completa frieza diante de seus argumentos. Abatido, o jovem deixou o palácio arrasado.
Em casa, ao tirar a roupa suja, encontrou na bainha da calça a mensagem do rei, que dizia:
“Ao meu irmão, rei da terra do Norte. O jovem que te envio é candidato a casar com minha filha.
Esta jornada é uma prova. Dei a ele alguns diamantes e um bom cavalo. Recomendei que cuidasse do mais importante. Faz-me, portanto, este grande favor e verifica o estado do cavalo.
Se o animal estiver forte e viçoso, saberei que o jovem aprecia a fidelidade e força de quem o auxilia na jornada.
Se, porém, perder o animal e apenas guardar as pedras, não será um bom marido nem rei, pois terá olhos apenas para o tesouro do reino e não dará importância à rainha nem àqueles que o servem”.
Comparo esta história com o ser humano que segue sua jornada na vida, tão preocupado com seu exterior, isto é, com os bens, que tudo guarda como se fosse tudo ouro, esquecendo de alimentar também a sua alma e o seu espírito com a alegria e o amor de Deus.
Certamente não cumprirá a missão, já que não sabe guardar o que é mais importante. Se você tiver a oportunidade de conhecer pessoas assim, como conheci e conheço a muitos , verá que na intimidade têm mais problemas que você ou eu e são cercados de infelicidades .”

terça-feira, 27 de março de 2012

Era um desejo meu cursar Direito', diz baiano formado aos 84 anos

Ele coleciona três faculdades e também formações em escolas técnicas.
Em março deste ano ele realizou o desejo de tornar-se bacharel em Direito.

Sr. Leur comemora com familiares e amigos na formatura de direito na Bahia (Foto: Leur Teixeira/ Arquivo Pessoal) Teixeira comemora com familiares e amigos na formatura de Direito (Foto: Leur Teixeira/ Arquivo Pessoal)

Ele já trabalhou como agricultor, como técnico em contabilidade, empreendedor na área de comércio, se formou em Administração e em Pedagogia, mas nunca desistiu do sonho de ser bacharel em Direito. Aos 84 anos, o baiano Leur Teixeira realizou esse desejo. No dia 10 de março deste ano ele se formou em Direito pela Faculdade Dom Pedro II, em Salvador.

A trajetória até aí foi longa e ele já tem outros projetos pela frente. "Agora vou cursar a pós-graduação em Direito Trabalhista, ganhei uma bolsa da faculdade e pretendo escrever dois livros: um sobre a minha vida e o outro sobre a violência em Salvador", afirma.

Era um desejo meu cursar direito, sempre achei que tinha vocação para isso"
Leur Teixeira

Leur Teixeira nasceu em Ibirataia, no sudoeste da Bahia. Sétimo filho de 12 irmãos, foi somente aos 23 anos que ele cursou o antigo primário e aos 27 concluiu o segundo grau. Nesse período, ele aproveitou as oportunidades e fez dois cursos técnicos, um na área comercial e o outro em contabilidade.

“Sempre gostei muito de ler quando eu aprendi não existia escola pública, tinha que pagar um professor para ir em casa ensinar as crianças. Dos 6 aos 10 anos eu aprendi a ler, escrever e a fazer as quatro operações matemáticas em casa”, lembra.

Quando terminou o curso técnico em contabilidade, Teixeira foi morar no município de Itabuna, na região sul da Bahia, onde abriu um escritório. Aos 30 anos, ele veio para Salvador para trabalhar na área financeira de uma empresa e começou a estudar para realizar o grande sonho da sua vida. “Em 1960 fiz o vestibular pela primeira vez para Direito. Foi na Universidade Católica de Salvador (Ucsal), mas não passei”, afirma.

Outras tentativas
Cinco anos depois, ele tentou novamente, desta vez na Universidade Federal da Bahia (UFBA), mas também não foi aprovado. Em 1971, ainda estudando para passar na seleção para o curso de Direito, Teixeira resolveu cursar Administração na Ucsal. “Estava me preparando para fazer direito, vi um anúncio sobre o curso de Administração da Ucsal e passei em 22º lugar. Fiz o curso em seis anos porque conciliava com o trabalho”, relata. Em seguida, ele fez outro curso técnico, desta vez na área de segurança industrial.

A experiência acadêmica do atual bacharel em direito o levou para sala de aula em alguns cursos técnicos em Salvador, foi aí que ele percebeu a vocação para lecionar e resolveu fazer outra faculdade, a de Pedagogia. Com uma pós-graduação, ele se especializou na área dois anos depois de terminar o curso.

O curso de Direito não ficou de lado. Apaixonado pelas leis ele considera que ao longo dos anos a experiência nas diversas áreas em que estudou e trabalhou ajudou um pouco a entendê-las. “Era um desejo meu cursar Direito, sempre achei que tinha vocação para isso”, enfatiza.

A filha caçula de Sr. Leur, Rosemeire Teixeira, diz orgulhar-se da trajetória do pai na Bahia (Foto: Lílian Marques/ G1)A filha caçula de Teixeria, Rosemeire, se orgulha da
trajetória do pai (Foto: Lílian Marques/ G1)

Exemplo

Também incentivado pelas filhas, que já estudavam para fazer vestibular, em 2007 Teixeira fez um teste para cursar a Faculdade de Direito na instituição Dom Pedro II e foi aprovado. “Eu acho linda a história do meu pai porque ele nunca desistiu de fazer Direito”, orgulha-se a filha caçula, Rosemeire Borges Teixeira, 23 anos, estudante de Comunicação.

Funcionário da Empresa Baiana de Alimentos (Ebal) há 5 anos, Teixeira começou o trabalho no local como assessor técnico. Há dois anos, quando chegou o período de estagiar, ele pediu para trabalhar na área jurídica da Ebal e foi atendido. Muito querido na empresa, por onde passa o bacharel em Direito recebe elogios e é uma inspiração para quem está começando agora. “Acho ele um exemplo. Aos 84 anos se formar em Direito, é uma trajetória bonita”, diz o estudante do 9º semestre de Direito, Diego Trindade, que trabalha com o colega na assessoria jurídica da empresa.

O presidente da Ebal, Reub Celestino, afirma que mesmo depois de formado o funcionário, que agora se prepara para o teste da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), tem lugar garantido no setor jurídico da Ebal. “Ele vai começar uma nova vida como advogado na Ebal. Ele demonstra que a vida não é finita, que aos 84 anos pode-se recomeçar e que a vida é feita de princípios. Considero ele um dos exemplos maravilhosos de vida”, disse.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Mais uma chance


– Eu estou cansado de passar horas trabalhando no mesmo lugar e ver todos os dias as mesmas pessoas. Cansado de chegar em casa e ver que tudo continua do mesmo jeito. Eu quero descansar e assistir meu jornal, mas meus filhos não deixam; eles querem brincar, conversar, querem que eu os ajude a fazer a lição de casa. Poxa, será que eles não entendem que eu estou cansado? Até meus pais me irritam algumas vezes.

- Trabalho, casamento, trânsito, filhos, pais, despesas… tudo isso está me deixando louco. Eu quero paz! A única hora que tenho paz é quando vou dormir; fecho os olhos e me esqueço de tudo e de todos.

Mas hoje, ao dormir, alguém veio falar comigo…

- Olá, eu vim te ajudar.

- Quem é você? Como entrou aqui?

- Sou um anjo de Deus. Ele ouviu as suas queixas e achou que você tem razão.

- Mas isso não é possível! Para isso estar acontecendo eu teria que estar no…

- Isso mesmo, você está… Você não se preocupará mais em ver sempre as mesmas pessoas no trabalho, não terá que agüentar sua família, seus filhos não o incomodarão mais, não precisará ouvir os conselhos de seus pais, e nem terá mais qualquer despesa para se preocupar. Ah, e aqui não tem trânsito.

- Mas o que acontecerá com todos? Com o meu trabalho? Com a minha família?

- Não se preocupe. No seu trabalho já contrataram outra pessoa para o seu lugar e ele certamente está muito feliz porque estava desempregado.

- E minha esposa, meus filhos?

- À sua esposa será dado um bom marido, que a queira bem, que a respeite e admire por suas qualidades; alguém que aceite seus gostos e defeitos, e até suas reclamações. Além disso, ele se preocupará com os seus filhos como se fossem filhos dele. De certo ficará muito feliz, já que é estéril e não pode ter filhos. Todos estarão muito felizes.

- Mas eu não quero isso!

- Sinto muito, mas a decisão já foi tomada.

- Mas isso significa que eu jamais voltarei a beijar minha esposa, nem ver o rostinho dos meus filhos. Não vou poder dizer “eu te amo” e nem mostrar o quanto eles são importantes pra mim. Não vou nem poder abraçar os meus pais? Não, eu não quero morrer, quero viver, envelhecer junto com a minha esposa, fazer a viagem que há muito planejamos, colocar aquela roupa que ganhei, levar meus filhos ao passeio que sempre prometi. Eu não quero morrer!

- Mas você não queria descansar? Agora já tens seu descanso eterno, durma para sempre.

- NÃO, NÃO QUERO, POR FAVOR, DEUS!

- Que aconteceu amor? Teve um pesadelo? – Disse minha esposa me acordando carinhosamente.

- Sim, um pesadelo horrív… – Parei a frase na metade, olhei pro rostinho dela, seu semblante de preocupação comigo, ali do meu lado, e então sorrindo falei:

- Não meu amor. Não tive pesadelo nenhum, tive um encontro com Deus, que me ajudou a lembrar de coisas que eu havia esquecido, e que acaba de me dar uma nova oportunidade de valorizar tudo aquilo que tem colocado em minhas mãos.

Temos a tendência de nos acostumarmos com a rotina do dia-a-dia, com as pessoas que amamos e convivemos, com as coisas que temos (e não temos), e acabamos deixando de perceber a importância que elas têm em nossas vidas, e como seria difícil viver sem elas. Busque prestar mais atenção nas pessoas e em tudo aquilo que está ao seu redor. Valorize as coisas simples da vida. Cuide bem das pessoas e coisas que Deus tem colocados em suas mãos. Cada dia é uma nova oportunidade para fazermos a coisa certa.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Gaby já com 5 ANOS... O tempo voa...


Meus bebês...



Minha Pituca


Gaby e suas priminhas
Julia & Juliana

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Igreja reage a anúncio com Cristo ‘abençoando’ traição

Arquidiocese do Rio ameaça processar criminalmente site que ajuda a encontrar amantes

POR PÂMELA OLIVEIRA

Rio - Um dos dez mandamentos da Igreja Católica ensina que não se deve cobiçar a mulher do próximo. Um site especializado em relações extraconjugais, no entanto, ignorou o ensinamento e usou a imagem do Cristo Redentor em um outdoor do serviço, que promete facilitar a pulada da cerca. O uso da imagem cristã pode acabar em ação criminal na Justiça. A Arquidiocese do Rio — que tem o direito de imagem — mandou notificar a empresa The Ohhtel, dona do site, para que retire o outdoor “imediatamente”.

Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Dia
Outdoor na Avenida Armando Lombardi usa imagem do Cristo em publicidade de site que estimula a traição | Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Dia

“O uso do Cristo Redentor neste outdoor é um absurdo. É um desrespeito à fé, à integridade religiosa, à imagem de Jesus. O Redentor agrega coisas boas e não combina com coisas errôneas, obscuras. A comunidade católica ficou chateada. Não faz sentido o Cristo ser vinculado a anúncio como este”, diz o reitor do Santuário do Cristo Redentor, padre Omar Raposo.

No outdoor, instalado na Avenida Armando Lombardi, na Barra da Tijuca, a imagem do Cristo Redentor está ao lado de um conselho nada cristão: “Tenha um caso agora! Arrependa-se depois”.

“A empresa está sendo notificada para tirar o outdoor. Caso isso não ocorra 24 horas após a notificação, poderá ser processada civilmente por uso indevido da imagem e criminalmente, por desrespeito ao objeto de culto e uso deturpado da imagem”, afirma a advogada Claudine Milone Dutra, da Arquidiocese do Rio.

O reitor do Santuário garante que a Arquidiocese não deu autorização para o uso da imagem: “Não dei e jamais daria autorização para o uso da imagem do Cristo Redentor com esta finalidade. Eles foram muito imprudentes”.


quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Professora argentina apela por 'morte digna' da filha de dois anos

Uma professora argentina fez um apelo para que sua filha de 2 anos de idade, em estado vegetativo desde que nasceu, possa ter uma 'morte digna'.

Selva Herbón, 37 anos, afirma que sua filha Camila, de dois anos e três meses, está em um estado vegetativo permanente desde que nasceu. Durante o parto, Camila ficou um período sem receber oxigênio, o que pode ter provocado danos cerebrais.

A professora enviou uma carta na semana passada aos deputados do país pedindo a aprovação de projeto de lei que permita 'a morte digna' de Camila.

Herbón escreveu que a situação da menina é 'irrecuperável e irreversível', mas que existe um 'vazio legal' na legislação atual que impede a retirada dos aparelhos que a mantém viva.

Na carta, a mãe diz ainda que especialistas de quatro lugares deram parecer favorável a 'limitar o esforço terapêutico e retirar o suporte vital' da criança.

Ela diz, porém, que nenhum médico quer se arriscar a desligar os aparelhos, já que o fato, com as leis atuais, seria definido como 'homicídio'.

Selva e seu marido, Carlos, são pais também de uma menina de 8 anos, saudável.

'Na minha condição de mãe, eu lhes suplico, a partir do meu caso e de muitos outros, que seja aberto o debate (no Parlamento)', afirmou na carta.

Sem visitas

Em entrevista à BBC Brasil, a professora disse ter certeza de que a 'morte digna' é o melhor para Camila.

'Na minha concepção de mãe, ela não tem vida digna. Camila não vê, não escuta, não chora, não sorri. Eu e meu marido não queremos que ela tenha uma vida mantida de modo artificial', disse.

A professora contou que o marido e a filha já não visitam a menina, internada no hospital Centro Gallego, da capital argentina, porque não suportam ver 'a criança crescer, mas sem sentir nada'.

'Conversei com um especialista da Universidade Católica Argentina (UCA) que me disse que é possível desligar, legalmente, os aparelhos desde que se comprove que ela tem morte cerebral. Vamos tentar conseguir um médico que confirme este fato', disse.

Questionada se o desligamento dos respiradores artificiais significaria eutanásia, ela respondeu: 'Eutanásia quer dizer 'boa morte''.

Selva afirma que recebeu, nesta quarta, um diploma por um curso virtual de bioética que estudou durante quatro meses.

'Eu quis estudar para entender melhor o que estou defendendo para minha filha', disse.

Segundo ela, outros pais 'podem preferir ter um filho nestas condições, para poder acariciá-lo todos os dias'.

'Mas não é o que entendo como vida para minha filha', afirmou.

Especialistas

O apelo de Selva Herbón foi destaque nos jornais Clarin e La Nación, os principais da Argentina, e gerou entre especialistas manifestações pró e contra o pedido da mãe.

'Uma pessoa em estado vegetativo persistente pode permanecer assim entre oito e dez anos. Mas a maior quantidade de informação disponível hoje é em relação aos adultos. Por isso, se busca o consenso (sobre a morte digna) em cada caso', disse o presidente da Associação Cérebro Vascular Argentina, Conrado Estol.

A coordenadora do Comitê de Bioética do Incucai (Instituto Nacional Central Único de Doações e Transplantes), Beatriz Firmenich, disse que a menina 'já não deveria estar viva'.

Mas o diretor do Departamento de Bioética da Universidade Austral, Carlos Pineda, é contra o desligamento dos aparelhos. 'É um ser humano que merece ser respeitado. Mas sua família não a considera um ser humano, e por isso pede que ela seja morta', disse Pineda.

O deputado Miguel Bonasso, do partido Diálogo por Buenos Aires, disse que o debate deve ser aberto, e por isso recentemente apresentou um projeto de lei no Congresso que possibilita 'a autonomia dos pacientes e o respeito à sua vontade'.

Seus assessores disseram, porém, que o texto foi pensado para adultos, e não para crianças, e por isso o debate é a melhor saída. De acordo com a imprensa local, outros oito projetos semelhantes estão no Congresso.

Para o assessor de Bioética da Secretaria de Direitos Humanos do governo federal, Juan Carlos Tealdi, o estado da menina é 'irreversível' mas, na sua opinião, os médicos 'têm medo de ser processados' pela Justiça.

Na Argentina, duas províncias, Neuquén e Rio Negro, sancionaram recentemente leis que legalizam a 'morte digna'.