segunda-feira, 20 de julho de 2009

Dia do Amigo

Apresento Jesus, o verdadeiro amigo.

Feliz dia do amigo...


Uma noite eu tive um sonho...
Sonhei que estava andando na praia com o Senhor e através do céu, passavam cenas da minha vida.
Para cada cena que passava, percebi que eram deixados dois pares de pegadas na areia: um era meu e o outro era do Senhor.
Quando a última cena passou diante de nós, olhei para trás, para as pegadas na areia e notei que muitas vezes, no caminho da minha vida, havia apenas um par de pegadas na areia.
Notei também que isso aconteceu nos momentos mais difíceis e angustiosos do meu viver. Isso me aborreceu deveras e perguntei então ao Senhor:
- Senhor, Tu me disseste que, uma vez que resolvi te seguir, Tu andarias sempre comigo, em todo o caminho. Contudo, notei que durante as maiores atribulações do meu viver, havia apenas um par de pegadas na areia. Não compreendo porque nas horas em que eu mais necessitava de Ti, Tu me deixaste sozinho.
O Senhor me respondeu:
- Meu querido filho. Jamais eu te deixaria nas horas de provas e de sofrimento. Quando viste, na areia, apenas um par de pegadas, eram as minhas. Foi exatamente aí que eu te carreguei nos braços.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

O Pequeno Bombeiro


A mãe, com apenas 26 anos, parou ao lado do leito de seu filhinhode 06 anos, que estava morrendo de leucemia.Embora o coração dela estivesse pleno de tristeza e angústia,ela também tinha um forte sentimento de determinação.Como qualquer outra mãe, ela gostaria que seu filho crescesse erealizasse seus sonhos.Agora, isso não seria mais possível, por causa da leucemia terminal.Mas, mesmo assim, ela ainda queria que o sonho de seu filho setransformasse realidade.Ela tomou a mão de seu filho e perguntou:- Billy, você alguma vez já pensou o que você gostaria deser quando crescer?Você já sonhou o que gostaria de fazer com sua vida?- Mamãe, eu quero ser um bombeiro.A mãe sorriu e disse:- Vamos ver se podemos transformar esse sonho em realidade.Mais tarde, naquele mesmo dia, ela foi ao corpo de bombeiros local,na cidade de Phoenix, Arizona, onde se encontrou com um bombeirode enorme coração, chamado Bob.Ela explicou a situação de seu filhinho de 6 anos, seu último desejoe perguntou se seria possível ele dar uma volta no carro dosbombeiros em torno do quarteirão.O bombeiro Bob disse:- Veja, NÓS PODEMOS FAZER MAIS QUE ISSO!Se você estiver com seu filho pronto às sete horas da manhã,na próxima quarta-feira, nós o faremos um bombeiro honoráriopor todo o dia.Ele poderá vir para o quartel, comer conosco, sair para atenderas chamadas de incêndio e se você nos der as medidas dele,nós conseguiremos um uniforme verdadeiro para ele, com chapéu,com o emblema de nosso batalhão, um casaco amarelo igual ao quevestimos e botas também.Eles são todos confeccionados aqui mesmo na cidade e conseguiremoseles rapidamente. Três dias depois, o bombeiro Bob pegou o garoto, vestiu-o em seuuniforme de bombeiro e escoltou-o do leito do hospital até ocaminhão dos bombeiros.Billy ficou sentado na parte de trás do caminhão,e foi levado até o quartel central.Ele estava no céu.Ocorreram três chamados naquele dia na cidade de Phoenix e Billyacompanhou todos os três.Em cada chamada ele foi em veículos diferentes:no caminhão tanque, na van dos paramédicos e até no carro especialdo chefe do corpo de bombeiros.Ele também foi filmado pelo programa de televisão local. Tendo seu sonho realizado, todo o amor e atenção que foramdispensadas a ele acabaram por tocar Billy, tão profundamenteque ele viveu três meses mais que todos os médicos haviam previsto.Até que numa noite, todas as suas funções vitais começaram a cairdramaticamente e a enfermeira-chefe, que acreditava no conceito deque ninguém deveria morrer sozinho, começou a chamar ao hospitaltoda a família.Então, ela lembrou do dia que Billy tinha passado como umbombeiro, e ligou para o chefe e perguntou se seria possívelenviar algum bombeiro para o hospital naquele momento depassagem, para ficar com Billy. O chefe dos bombeiros respondeu:- NÓS PODEMOS FAZER MAIS QUE ISSO!Nós estaremos aí em cinco minutos, e, faça-me um favor,quando você ouvir as sirenes e ver as luzes de nossos carros,avise no sistema de som que não se trata de um incêndio.É apenas o corpo de bombeiros vindo visitar, mais uma vez,um de seus mais distintos integrantes.E você poderia abrir a janela do quarto dele? Obrigado! Cinco minutos depois, uma van e um caminhão com escada Magiruschegaram no hospital, estenderam a escada até o andar onde estavao garoto e 16 bombeiros subiram pela escada até o quarto de Billy.Com a permissão da mãe, eles o seguraram, abraçaram e falaram paraele o quanto eles o amavam. Com um sopro final, Billy olhou para o chefe e perguntou:- Chefe, eu sou mesmo um bombeiro?- Billy, você é um dos melhores. - Disse o chefe.Com estas palavras, Billy sorriu e fechou seus olhos pela última vez.


E você, diante do pedido de seus amigos, filhos e parentes,tem respondido "EU POSSO FAZER MAIS QUE ISSO!"Reflita se sua vida tem sido em serviço ao próximo,e tome uma decisão hoje mesmo.


Autor Desconhecido.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Fingi ser gari por 8 anos e vivi como um ser invisível


Gostaria de compartilhar esse texto/experiência como vocês. Leiam com atenção! Quem tem entendimento, entenda!
“Psicólogo varreu as ruas da USP para concluir sua tese de mestrado da ‘Invisibilidade pública’. Ele comprovou que, em geral, as pessoas enxergam apenas a função social do outro. Quem não está bem posicionado sob esse critério, vira mera sombra social.”Plínio Delphino, Diário de São Paulo
O psicólogo social Fernando Braga da Costa vestiu uniforme e oito anos como gari, varrendo ruas da Universidade de São Paulo. Ali, constatou que, ao olhar da maioria, os trabalhadores braçais são ’seres invisíveis, sem nome’. Em sua tese de mestrado, pela USP, conseguiu comprovar a existência da ‘invisibilidade pública’, ou seja, uma percepção humana totalmente prejudicada e condicionada à divisão social do trabalho, onde enxerga-se somente a função e não a pessoa. Braga trabalhava apenas meio período como gari, não recebia o salário de R$ 400,00 como os colegas de vassoura, mas garante que teve a maior lição de sua vida:
PESQUISADORO psicólogo sentiu na pele o que é ser tratado como um objeto e não como um ser humano. ‘Professores que me abraçavam nos corredores da USP passavam por mim, não me reconheciam por causa do uniforme. Às vezes, esbarravam no meu ombro e, sem ao menos pedir desculpas, seguiam me ignorando, como se tivessem encostado em um poste, ou em um orelhão’, diz.
No primeiro dia de trabalho paramos pro café. Eles colocaram uma garrafa térmica sobre uma plataforma de concreto. Só que não tinha caneca. Havia um clima estranho no ar, eu era um sujeito vindo de outra classe, varrendo rua com eles. Os garis mal conversavam comigo, alguns se aproximavam para ensinar o serviço. Um deles foi até o latão de lixo e pegou duas latinhas de refrigerante, cortou as latinhas pela metade e serviu o café ali, na latinha suja e grudenta. E como a gente estava num grupo grande, esperei que eles se servissem primeiro. Eu nunca apreciei o sabor do café. Mas, intuitivamente, senti que deveria tomá-lo, e claro, não livre de sensações ruins. Afinal, o cara tirou as latinhas de refrigerante de dentro de uma lixeira, que tem sujeira, tem formiga, tem barata, tem de tudo. No momento em que empunhei a caneca improvisada, parece que todo mundo parou para assistir à cena, como se perguntasse: ‘E aí, o jovem rico vai se sujeitar a beber nessa caneca?’ E eu bebi. Imediatamente a ansiedade parece que evaporou. Eles passaram a conversar comigo, a contar piada, brincar.
O QUE VOCÊ SENTIU NA PELE, TRABALHANDO COMO GARI?
Uma vez, um dos garis me convidou pra almoçar no bandejão central. Aí eu entrei no Instituto de Psicologia para pegar dinheiro, passei pelo andar térreo, subi escada, passei pelo segundo andar, passei na biblioteca, desci a escada, passei em frente ao centro acadêmico, passei em frente a lanchonete, tinha muita gente conhecida. Eu fiz todo esse trajeto e ninguém em absoluto me viu. Eu tive uma sensação muito ruim. O meu corpo tremia como se eu não o dominasse, uma angústia, e a tampa da cabeça era como se ardesse, como se eu tivesse sido sugado. Fui almoçar, não senti o gosto da comida e voltei para o trabalho atordoado.
E DEPOIS DE OUTO ANOS TRABALHANDO COMO GARI? ISSO MUDOU?
Fui me habituando a isso, assim como eles vão se habituando também a situações pouco saudáveis. Então, quando eu via um professor se aproximando professor meu até parava de varrer, porque ele ia passar por mim, podia trocar uma idéia, mas o pessoal passava como se tivesse passando por um poste, uma árvore, um orelhão.
E QUANDO VOCÊ VOLTA PARA CASA, PARA SEU MUNDO REAL?
Eu choro. É muito triste, porque, a partir do instante em que você está inserido nessa condição psicossocial, não se esquece jamais.Acredito que essa experiência me deixou curado da minha doença burguesa. Esses homens hoje são meus amigos. Conheço a famílias deles, freqüento a casa deles nas periferias. Mudei. Nunca deixo de cumprimentar um trabalhador. Faço questão de o trabalhador saber que eu sei que ele existe. Eles são tratados pior do que um anima doméstico, que sempre é chamado pelo nome. São tratados como se fosse uma ‘COISA’.
Ser ignorado é uma das piores sensações que existem na vida!
Pra você que entendeu alguma coisa eu proponho: MUDE. Faça diferente a partir de hoje.
A todos um abençoado dia do Senhor!
Pr. Neil Barreto

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Porque as Pessoas Gritam ...


Um dia, um pensador indiano fez a seguinte pergunta a seus discípulos:
- Por que as pessoas gritam quando estão aborrecidas?
- Gritamos porque perdemos a calma - disse um deles.
- Mas, por que gritar quando a outra pessoa está ao seu lado? - questionou
novamente o pensador.
- Bem, gritamos porque desejamos que a outra pessoa nos ouça - retrucou
outro discípulo.
E o mestre volta a perguntar:
- Então não é possível falar-lhe em voz baixa?
Várias outras respostas surgiram, mas nenhuma convenceu o pensador, que
falou:
- Vocês sabem por que se grita com uma pessoa quando se está aborrecido?
- Quando duas pessoas estão aborrecidas, seus corações se afastam muito.
Para cobrir esta distância precisam gritar para poderem escutar um ao outro.
Quanto mais aborrecidas estiverem, mais forte terão que gritar para ouvir um
ao outro, através da grande distância.
- Por outro lado, o que sucede quando duas pessoas estão enamoradas? Elas
não gritam. Falam suavemente. E por que? Porque seus corações estão muito
perto. A distância entre elas é pequena. Às vezes estão tão próximos seus
corações, que nem falam, somente sussurram. E quando o amor é mais intenso,
não necessitam sequer sussurrar, apenas se olham, e basta. Seus corações se
entendem. É isso que acontece quando duas pessoas que se amam estão
próximas.
Por fim, o pensador conclui, dizendo:
- Quando vocês discutirem, não deixem que seus corações se afastem, não
digam palavras que os distanciem mais, pois chegará um dia em que a
distância será tanta que não mais encontrarão o caminho de volta.

Mahatma Gandhi

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Nem tudo é festa

Há no ar um certo queixume sem razões muito claras. Converso com mulheres que estão entre os 40 e 60 anos, todas com profissão, marido, filhos, saúde, e, ainda assim, elas trazem dentro delas um não-sei-o-quê perturbador, algo que as incomoda, mesmo estando tudo bem. De onde vem isso? Anos atrás, a cantora Marina Lima compôs com o seu irmão, o poeta Antonio Cícero, uma música que dizia: “Eu espero acontecimentos só que quando anoitece é festa no outro apartamento”.
Passei minha adolescência com a mesma sensação de que algo muito animado estava acontecendo em algum lugar para o qual eu não tinha convite. É uma das características da juventude: considerar-se deslocado e impedido de ser feliz como os outros são ou aparentam ser.
Só que chega uma hora em que é preciso deixar de ficar tão ligada na grama do vizinho…
As festas em outros apartamentos são fruto da nossa imaginação, que é infectada por falsos holofotes, falsos sorrisos e falsas notícias.
Os notáveis alardeiam muito suas vitórias, mas falam pouco das suas angústias, revelam pouco suas aflições, não dão bandeira das suas fraquezas… Então, fica parecendo que todos estão comemorando grandes paixões e fortunas, quando, na verdade, a festa lá fora não está tão animada assim!
Ao amadurecer, descobrimos que a grama do vizinho não é mais verde coisíssima nenhuma. Estamos todos no mesmo barco, com motivos pra dançar pela sala e também motivos pra se refugiar no escuro, alternadamente. Só que os motivos pra se refugiar no escuro raramente são divulgados. Pra consumo externo, todos são belos, sexy, lúcidos, íntegros, ricos, sedutores, enfim, campeões em tudo!
Fernando Pessoa também já se sentiu abafado pela perfeição alheia - e olha que na época em que ele escreveu estes versos não havia esta overdose de revistas que há hoje, vendendo um mundo de faz-de-conta: “Nesta era de exaltação de celebridades - reais e inventadas - fica difícil mesmo achar que a vida da gente tem graça.” Mas tem. Paz interior, amigos leais, nossas músicas, livros, fantasias, desilusões e recomeços, tudo isso vale ser incluído na nossa biografia. Ou será que é tão divertido passar dois dias na Ilha de Caras fotografando junto a todos os produtos dos patrocinadores?
Compensa passar a vida comendo alface para ter o corpo que a profissão de modelo exige?
Será tão gratificante ter um paparazzo na sua cola cada vez que você sai de casa?
Estarão mesmo todos realizando um milhão de coisas interessantes enquanto só você está sentada no sofá cortando as unhas do pé?
Favor não confundir uma vida sensacional com uma vida sensacionalista.
“O Princípio da saúde é estar bem com a própria natureza ”
“As melhores festas acontecem dentro do nosso próprio apartamento”…
Martha Medeiros

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Quebrantamento


Quebrantamento é o ato de humilhar-se perante a poderosa mão de Deus, é o ato de reconhecer a dependência de Deus para tudo, principalmente, para viver a vida que Ele demanda de nós, uma vida que expresse Sua imagem, a plena expressão da frase: “Sem mim nada podeis fazer”. Um líder, na fé cristã tem essa consciência.
Isso se parece mais com fraqueza do que com liderança, poderá argumentar alguém entretanto só fará tal comentário quem não entendeu a natureza da liderança na fé cristã. As escrituras Judaico-Cristã ensinam que houve uma rebelião no Universo, que um dos três arcanjos, criados por Deus, rebelou-se e arrastou, por sedução, a raça humana para dentro da insurreição, nos tornamos, então, prisioneiros desta criatura, mas, o Eterno veio resgatar-nos por meio de uma de suas pessoas, que, abandonando o estado de Gloria em que vivia, se fez ser humano e, voluntariamente, entregou-se à morte em nosso lugar.
Somos, portanto, todos os que reconhecemos o seu sacrifício e nos rendemos a ele, aqueles que voltaram da grande rebelião para um estado de submissão e adoração a Deus, logo, nosso maior desafio é reaprender a viver, reconhecendo a vida como uma dádiva do Eterno, e, mais, como fruto de seu sustento seja em manutenção, seja em conteúdo isto é, aprender que viver e depender de Deus. Em sendo assim de que tipo de líderes necessitamos? Daqueles que nos conduzam pelo caminho da submissa obediência ao Criador. Daí, quebrantamento deve ser o estilo de vida do líder cristão , porque essa é toda a estrada por onde as ovelhas de Cristo devem ser conduzidas.

Ariovaldo Ramos

terça-feira, 7 de julho de 2009

Chico Buarque de Samaria


No mês dos 64 anos de um dos mais respeitados artistas da nossa cultura brasileira, Francisco Buarque de Holanda, resolvi aceitar o desafio de navegar numa aventura transcultural sobre a maneira como Jesus iria relacionar-se com a nossa cultura brasileira caso vivesse em nossos tempos. Alias, será que Ele sairia de Israel, da sua cultura, será que se daria ao trabalho sentar-se em nossas rodas de conversa, em nossas praças, na beira do mar ou dos rios? Será que Ele ouviria o que temos a dizer, escrever, cantar, tocar e encenar do nosso jeito Tupiniquim? Isso que tentarei responder no final!
Bem, sei que não estou sozinho no meio evangélico brasileiro quando me disponho a me abrir às manifestações culturais populares do nosso país, mas também sei que não estou com a maioria, nem com o mais populares no meio. Lembro-me agora que os princípios batistas que, quando falam do governo da igreja, dizem que "nem a maioria, nem a minoria, nem tão pouco a unanimidade, refletem necessariamente a vontade divina"[1].Sei que Ed René Kivitz me defenderia, caso fosse acusado de heresia, lançando mão de dois princípios da Reforma, a saber: a "Graça Comum" e o a "Imago Dei". Ele diria que a "Graça Comum" é a base para pensarmos que "a bondade, o governo e a instrumentalidade de Deus"[2] também influenciam pessoas que estão" à parte do conhecimento e do compromisso com o todo da revelação bíblica"[3] e a "Imago Dei" nos garantiria que todo ser humano é "capaz de expressar o ético e o estético divino"[4]. Sei também que Ariovaldo Ramos me defenderia, baseado em Mateus 28:19, dizendo que existe uma distinção entre a conversão de inúmeros indivíduos de uma nação e a conversão de uma nação como complexo cultural, por tanto, diria ele: "reconhecemos que uma nação está se convertendo quando esta nação passa a usar sua maneira própria de contar as suas mazelas para falar dos benefícios de servir a Cristo "[5].Os dois argumentos são excelentes e são base para minha argumentação teológica, contudo, me parece que o maior motivo pelo qual o Brasil não experimenta esta abertura teológica-cultura não diz respeito apenas a idéia de que alguém que não tenha conhecimento bíblico não possa fazer algo interessante(Graça comum e Imago Dei) ou na idéia de demonização da nossa própria cultura local(Conversão da nação) e sim no fato de que a maioria cristã fundamentalista tem a idéia de que eles mesmo representam a matriz pronta e acabada da maneira correta de viver e servir a Cristo e que andar por outros caminhos significa literalmente desviar do "Caminho".O circo Místico(Chico Buarque - Edu Lobo)NãoNão sei se é um truque banalSe um invisível cordãoSustenta a vida realCordas de uma orquestraSombras de um artistaPalcos de um planetaE as dançarinas no grande finalChove tanta florQue, sem refletirUm ardoroso espectadorVira colibriQualNão sei se é nova ilusãoSe após o salto mortalExiste outra encarnaçãoMembros de um elencoMalas de um destinoPartes de uma orquestraDuas meninas no imenso vagãoNegro refletorFlores de organdiE o grito do homem voadorAo cair em siNão sei se é vida realUm invisível cordãoApós o salto mortal1983 © - Marola Edições Musicais Ltda.A música de Chico Buarque e Edu Lobo retrata na linguagem da Música Popular Brasileira aquilo que é inerente a todo ser humano no que diz respeito ao mistério da vida, da morte e do destino do homem. Temas profundamente relacionados à teologia e a humanidade em si! Mas os protestantes fundamentalistas teimam em restringir ao seu espaço social religioso.Quando olho para o questionamento de Chico Buarque, uma passagem bíblica me vem mente e quero compartilhá-la. A famosa passagem da mulher samaritana que questiona a Cristo a respeito do lugar correto para adoração. Tradicionalmente a passagem é conhecida como aquela que começa em João no capítulo quatro, versículo primeiro e vai até o versículo trinta. Mas para mim a perícope começa quando Jesus fica sabendo que os fariseus tomaram conhecimento de onde Ele estava e, por tanto, Ele decide sair da Judéia e ir para Galiléia[6]. Para mim essa história começa quando Jesus foge dos religiosos que se pretendem donos da verdade e vai para outro lugar, outros caminhos.O caminho de Jesus sempre teve abertura para encontros com outras culturas, outras opiniões e outras maneiras de ver. Não é sem motivo que ele tem um encontro com esta mulher da cidade de Samaria, mas o que representa Samaria? Se analisarmos a história monárquica de Israel, especialmente a divisão entre o Reino do Norte, Israel, com a capital em Samaria e o Reino do Sul, Judá, com capital em Jerusalém entenderemos que o clima é de guerra entre estes povos, antes homônimos e agora antagônicos. Esta história dá conta que tudo estava pronto para que uma guerra fosse deflagrada e Deus escolhe um profeta, Semaías, para que a tal guerra não ocorresse, no entanto, desde então "os judeus não se dão com os samaritanos" [7].Imagine agora que Jesus passou mais de trinta anos ouvindo seus amigos e homens mais velhos dizer que os samaritanos não prestavam, imagine que quando Ele visitava o templo e conversava com os doutores da lei e eles diziam que os samaritanos não sabem onde adorar, pois segundo eles somente em Jerusalém se poderia adorar, o que é desmentido mais tarde.Para responder aos questionamentos daquele ser humano Jesus não fez caso da condição dela de mulher e de samaritana, nem tão pouco da dEle de homem e judeu, a necessidade do outro no que tange a conhecimento da maneira correta de agradar a Deus moveu Jesus de tão grande compaixão que Ele transpôs todas as barreiras sociais que se interpunham entre eles.Recapitulando: Aquele ser humano era uma mulher, ela era samaritana e mais adiante vemos que ela não tinha uma vida afetiva muito estável[8] e nada disso, segundo Jesus, seria impedimento para que ela ouvisse e fosse ouvida a respeito da maneira mais correta de adorar a Deus, nada disso seria impedimento para que houvesse um diálogo entre as matrizes de culturas diferentes a respeito da necessidade comum, de falar de Deus.Por tanto eu defendo que nós, cristãos protestantes brasileiros adotemos uma postura mais aberta e estejamos prontos a ouvir tudo aquilo que nosso povo tem a dizer e a questionar, não com o interesse de detectarmos seus erros mais patentes e acusá-los, antes no desejo de nos aproximarmos cheios de compaixão e respeito, prontos a saciá-los de uma água que não se esgota. Precisamos fazer com que este povo não tenha mais sede e não tente mais buscar saciar sua sede nos poços de Jacó. Precisamos fazer com que essas pessoas tenham dentro em si uma fonte a jorrar, Para isso precisamos dar mais ouvidos a cultura popular brasileira, precisamos ouvir mais MPB!

Pr Marcos Nunes