terça-feira, 19 de julho de 2011

Polícia busca imagens de agressão a homem que teve orelha cortada Segundo delegado, evento em São João da Boa Vista tinha monitoramento. Agressores v

A Polícia Civil investiga se câmeras de segurança instaladas em uma festa agropecuária realizada em São João da Boa Vista, no interior de São Paulo, registraram o momento em que um autônomo de 42 anos foi atacado e teve umaparte de sua orelha decepada na última sexta-feira (15). O homem estava abraçado a seu filho de 18 anos quando um grupo os abordou e perguntou se eles eram gays. Mesmo diante da negativa, os dois foram atacados.

“Existe monitoramento interno lá. Então, a gente está tentando colher essas imagens para conseguir fazer uma filtragem e ver se a gente consegue, através delas, apurar o autor”, disse o delegado Fernando Zucarelli, do 1º Distrito Policial de São João da Boa Vista, nesta terça-feira (19). “Estão sendo ouvidas testemunhas. A vítima foi ouvida e está sendo submetida a exames, tentando chegar à elucidação do fato.”

O autônomo vive na cidade vizinha de Vargem Grande do Sul e foi à festa com seu filho, que mora no ABC com a mãe, e com as namoradas dos dois. “Elas foram no banheiro e nós ficamos em pé lá. Aí eu peguei e abracei ele. Aí passou um grupo, perguntou se nós éramos gays, eu falei: ‘Lógico que não, ele é meu filho’. Ainda falaram ‘agora que liberou, vocês têm que dar beijinho’. Houve um empurra-empurra, mas acabou, eles foram embora, achamos que tinha acabado ali”, contou a vítima.

Pouco depois, entretanto, o grupo voltou. “Não sei se eu tomei um soco, o que foi, veio de trás, pegou no queixo, eu acho que eu apaguei. Quando eu levantei, eu achei que tinha tomado uma mordida, eu senti, a minha orelha já estava no chão.”


Segundo médicos, foi usado um objeto cortante. Não foi possível reimplantar o pedaço retirado.

Depoimentos

De acordo com o delegado responsável, o depoimento das testemunhas coincide com o que foi relatado pela vítima. “As testemunhas viram somente a agressão. A principio disseram não conhecer o agressor, mas o depoimento delas converge para o mesmo fato, o mesmo agressor, a mesma situação”, afirmou. Segundo ele, apenas uma pessoa agrediu o pai e cortou sua orelha, enquanto outra pessoa atacou o filho, que também ficou ferido.

Segundo o delegado, apesar de os depoimentos apontarem que a confusão começou porque pai e filho estavam abraçados, ainda não é possível dizer que se trata de um caso de homofobia. “Estamos apurando. A princípio, pelo que ouvimos até agora, isso não está bem claro. Só mesmo com o decorrer da apuração a gente vai poder dizer”, afirmou.

Além da agressão, os jovens poderão responder também por discriminação. As vítimas disseram não conhecer os suspeitos.

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